A Próxima Sociedade

Rumando para uma Sociedade Simples, Fácil e Carinhosa.
Onde é possível viver sem conflitos, viver de acordo com os verdadeiros sentimentos.

Em primeiro lugar, dedico esse texto para as pessoas que buscam um novo mundo.

O planeta Terra vista do espaço, aparece linda, num tom de azul brilhante.
Originalmente, não há razão para haver coisas como fronteiras, parece que ela existe como um mundo harmonioso, único.

Seria possível haver uma sociedade, tal como figura original do planeta Terra, os seres humanos também viverem junto a natureza, de acordo com os seus sentimentos mais puros, sem conflitos, simples, fácil e carinhosamente?

A fim de realizar com seriedade, esse desejo tão singelo, desde 2001, viemos trabalhando na tentativa (experimentação) de criar nova sociedade, que chamamos de “Comunidade Suzuka Rede As One”.

Por meio de pesquisas e repetidos experimentos em direção ao ideal, nos tornamos uma comunidade de quase 200 pessoas, composta desde bebês até idosos.

Embora em pequena escala, por ser uma tentativa de criar uma sociedade, são abordados os temas da vida humana de forma geral em diversas áreas. Relações humanas, conversas mútuas, gestão organizacional, tomada de decisão, gestão empresarial, organização econômica, vida familiar, casamento, creche, educação, trabalho profissional, arte, hobbies, cultura… Como ir na direção do ideal, revendo a partir do zero? Viemos assim, investigando, experimentando e avançando até aqui.

Esse processo nem sempre correu sem percalços. Por ser uma tentativa pioneira no mundo nunca vista antes, pelo que não havia modelo a seguir, tateando às cegas, cometemos muitos erros e mal-entendidos. Porque éramos pessoas inexperientes, a tentar crescer juntas, muitos problemas surgiram pelo caminho, tivemos de enfrenta-los, cada vez que surgiam. Houve momentos em que os relacionamentos não estavam funcionando e algumas pessoas saíram, houve coisas que não foram possíveis de ser conversadas, até houve momentos que chegamos a impasses financeiros.

Penso que o que vivenciamos neste processo de 20 anos de construção da comunidade, o que descobrimos nele e o que percebemos podem ser materiais de referência e ativos muito importantes para muitas pessoas.

Não apenas para aqueles que querem promover a construção da comunidade, mas também para aqueles que buscam melhores relacionamentos em casa, na comunidade e no local de trabalho, para aqueles que buscam conversas mútuas significativas, para as novas organizações, como as Organizações TEAL e Gestão pela Holocracia, pessoas que procuram novas formas de tomada de decisões, pessoas que querem pensar na formação e crescimento original do ser humano, pessoas que querem criar um espaço livre, pessoas que buscam a forma de viver, os jovens como jovens, idosos como idosos, etc.

Penso que será útil para aqueles que procuram um modo de vida humano, para aqueles que sentem a turbulência da democracia e procuram uma nova gestão social, para aqueles que sentem o impasse do capitalismo e querem desenhar uma nova economia. Penso que serão úteis para todas essas pessoas.

A maior fator que veio à luz na promoção da construção da comunidade é que as relações humanas são a mais importante na comunidade, na gestão da empresa e na promoção das atividades.

De acordo com o “Adult Development Study” da Harvard University, nos Estados Unidos, há mais de 75 anos, é relatado que “uma vida feliz é construída por bons relacionamentos”.

O ser humano são animais que vivem juntas pessoas com pessoas. Penso que seja evidente que a qualidade das relações humanas afete a vida e as atividades das pessoas.

Eu gostaria de apresentar os problemas dos relacionamentos humanos que ficaram evidentes no processo de construção da comunidade e também apresentar a chave para tornar bons os relacionamentos. Penso que que isso pode ser uma referência para todos.

Não viemos fazendo as nossas tentativas e os experimentos, apenas para nós mesmos. Se houver algo que pudessem ser usadas e vivificadas, nas coisas que conseguirem enxergar a partir das nossas tentativas, gostaríamos que fossem usadas e o que quer que seja, gostaríamos de oferecer o que pudermos. É claro que, desta vez, só posso apresentar apenas uma parte, devido às limitações de espaço gráfico e da minha capacidade de expressão.

Nem pensamos que nossas tentativas e experimentos são “corretas” ou “sem erros”, portanto não é algo a ser ensinado nem forçado. É uma tentativa e experimento de buscar o ideal à nossa maneira, então me alegraria e ficaria grato se pudessem usar isso como um material de consulta ou referência, depois de examinar e investigar apuradamente.

Capítulo Um

1. Abordagem da Construção do Modelo – Em busca de uma figura que esteja de acordo com a razão da natureza

Olhando para o mundo atual, não apenas o problema atual da pandemia da COVID, mas também os problemas ambientais, disparidade econômica, dificuldades de emprego, falta de propósito na vida, reclusão social, dificuldade em criar filhos, dificuldade nas relações humanas, turbulência política, problemas de suicídio, conflitos e problemas de pobreza diversas partes no mundo, etc., parecem permanecer sem solução, apesar dos esforços de muitas pessoas.

São todos problemas que requerem providencias urgentes, muitas pessoas estão se concentrando em lidar com eles a resolvê-los. Penso que sejam iniciativas muito valiosas.

Por outro lado, existe uma abordagem a partir do um ângulo completamente diferente para melhorar o mundo. Em outras palavras, é uma a abordagem que é criar um modelo de sociedade ideal. A Comunidade Suzuka Rede As One, na qual trabalhamos há 20 anos, é um exemplo disso.

A sociedade ideal não significa o ideal que cada pessoa pensa a seu modo, mas significa a sociedade de acordo com a razão do mundo natural. No mundo natural do universo, tudo está conectado com tudo, nada existe sozinho e separado e tudo está mudando constantemente, estamos pensando se não seria isto é a razão do mundo natural.

Parece que tanto as pessoas como as coisas que existem nele, ora se manifesta por momento, e no momento seguinte, ora se transformando numa outra figura. Eu penso que o modo de vida das pessoas também pode ser confortavelmente preenchido e vivido em harmonia com tudo, sem desrazão, vivendo de uma forma que esteja de acordo com a razão deste mundo natural.

Penso que muitos dos problemas humanos e sociais nascem pelo fato fazerem coisas desrrazoadas e irracionais. É o desafio de experimentar criar uma sociedade de acordo com a razão da natureza, como um modelo, mesmo que seja em pequena escala. Penso que é numa sociedade assim, é que as pessoas se tornam capazes de viver carinhosamente, simples e facilmente, conforme o seu sentimento, de acordo como ele é.

Como em muitos casos, isso não leva a soluções diretas para os problemas urgentes, sou repreendido por aqueles que estão trabalhando em questões urgentes, “Você está falando como um sonhador!”, ” O que fazer quanto aos problemas da reais da atualidade?”

No entanto, embora pareça à primeira vista, ser um desvio longo do caminho, se pudéssemos criar um modelo que fosse de acordo com a razão do mundo natural, onde esses problemas deixam de ocorrer e desapareçam, no longo prazo, pensamos que proporcionará grande progresso para a sociedade.

Estamos pensando que será possível oferecer um material de referência, uma imagem modelo da próxima sociedade. Além disso, gostaríamos de oferecer um método para realizar o ideal (chamado de Método Scienz), que foi descoberto no processo da construção da comunidade, como um método que qualquer pessoa pode usar.

2. Estamos em guerra pela paz !?

Estive envolvido no movimento pela paz quando era estudante. No entanto, enquanto fazíamos greves e manifestações pelo movimento pacifista, às vezes brigava em vias de fato com as autoridades universitárias.

Além disso, frequentemente havia conflitos dentro do diretório dos estudantes. Desejando pela paz, pensando que “isso é necessário” e “temos que fazer algo a respeito”, todos estão fazendo o seu melhor, mas na realidade, acaba causando conflitos. Inevitavelmente acaba nascendo os inimigos. Sentindo-me contraditório, pensando e refletindo sobre isso, “O que estamos fazendo?”, decidi me retirar do movimento pela paz.

Ao olhar o mundo a partir das duvidas que senti naquele momento, pude perceber que aparecem coisas com a mesma qualidade em várias situações. Pensando ser importante cumprir as promessas para mantermos as boas relações, culpo as pessoas que não conseguiram cumprir suas promessas e acabavam degringolando as relações.

Na tentativa de melhorar os relacionamentos, resolvi “agir pensando o bem de em todos” e culpar ou punir quem não conseguia, todos ficavam pressionados e retraídos piorando as relações. . .

Quanto mais repreendo as crianças que contam mentiras porque queremos criá-las para serem honestas e verdadeiras, mais elas mentirão por medo de serem repreendidas pelos pais. . .

Quanto mais estabelecemos regras para melhorar a sociedade e quanto mais mais punimos as pessoas que não seguem as regras para fazê-las seguir as regras, a sociedade fica cada vez mais apertada e constrangedora . . . Os exemplos são numerosos demais para serem mencionados

Os desejos podem ser puros, mas quanto mais se esforçar para isso, sem saber porque, acaba acontecendo coisas que vão contra. O que será que isto acaba acontecendo?

A partir desta experiência, brotou consciência do problema, se não há algo inconsistente na abordagem em lidar com problemas atuais, que não leva a uma solução verdadeira? Afinal, se não encontrarmos a causa raiz e encontrarmos o que realmente desejamos, podemos nos levará a uma solução verdadeira.

E o que eu realmente desejo do fundo do coração, é que seja uma figura que corresponda a razão do mundo natural, é a perspectiva que passei a enxergar enquanto realizava a atividade de pesquisa, depois que me mudei para Suzuka. Já haviam passado mais de 20 anos, desde que o tempo de estudante universitário.

Eu ficaria contente se pudéssemos apresentar esse percurso e os exemplos concretos, a partir das nossas práticas, que vão sendo realizados conforme o desejado, sem ir contra o desejo sincero. No processo de criação da comunidade desde 2001, também encontramos o mesmo tema da “Guerrear pela paz!?”, houve muita aprendizagem no processo de superá-lo. Mesmo agora, continuamos a aprender.

Através desta série, espero que seja fundamentalmente revisada toda a vida social, vida familiar, ambiente de trabalho, ativismos, atividade empresarial, política, etc. e que seja concretizada uma sociedade onde as pessoas possam viver sem conflitos, confortavelmente conforme os sentimentos, carinhosamente, simples e facilmente, mente, seja concretizada.

3. Como é esse lugar, a Comunidade Rede As One Suzuka?

Para algumas pessoas, é a primeira vez que conhecem a comunidade As One Network Suzuka, gostaria de lhe dar uma breve visão geral da comunidade.

Numa cidade que existe em qualquer lugar do Japão, está sendo desenvolvida, um experimento sem precedentes de criar uma nova sociedade que chamamos de “Comunidade Rede As One Suzuka”. A cidade de Suzuka, província de Mie, é uma cidade local conhecida por seu circuito de Suzuka e Honda, com uma população de cerca de 200.000. Fica a cerca de uma hora de trem ou carro de Nagoya, rodeada pelas montanhas de Suzuka ao oeste e a baía de Ise ao leste, é também uma região onde a agricultura é próspera.

Com o desejo de ir concretizando no mundo inteiro, a sociedade onde as pessoas possam viver sem conflitos, confortavelmente com seus sentimentos, esse experimento começou em 2001. Na direção para realizar esse desejo, experimentamos várias coisas, viemos acumulando pesquisas e experimentações. tendo.

A comunidade não tem regras ou restrições, nem obrigações ou responsabilidades. Portanto, não há limite de onde a comunidade As One Suzuka começa e termina, e não há regulamentação sobre quem é ou não é membro da comunidade. A maior parte das pessoas mora espalhada ao redor da Estação de Cultura Suzuka, que funciona como um centro comunitário, em um raio de cerca de 1 km. À primeira vista, se você olhar apenas para a forma externa, parece um modo de vida de uma pessoa comum, mas a realidade interna, são formadas relações mais próxima e íntima, até mais do que a família, e uma vida como uma grande família próxima se concretiza.

Enquanto se integram à cidade, vários negócios comunitários e várias atividades cívicas são voluntariamente desenvolvidos, relacionados e conectados, e formam uma comunidade.

A empresa funciona como um lugar onde cada pessoa pode exercer, demonstrar sua singularidade e ficar satisfeita e preenchida.

Na comunidade, um mecanismo para viver como uma família unida foi concebido e implementado.

A gestão organizacional que permite a qualquer pessoa agir livremente e um mecanismo econômico que não requer dinheiro ou recompensas está sendo experimentado.

Também começamos a criar um ambiente de educação infantil, onde as crianças possam crescer do jeito que está, o que trás na origem.

Também oferece um lugar para aprendizagem a construir uma comunidade e o rumo de viver em um novo mundo, muitas pessoas de todo o mundo, sem falar do Japão, tem vindo aprender.

Site da Comunidade Rede As One, clique aqui

Canal da Rede As One no YouTube, clique aqui

4. Como é a sociedade onde você pode viver sem conflitos, conforme os sentimentos, de uma maneira carinhosa simples e fácil? – Não estaria desistente, tomando como impossível?

O que você pensa quando ouve: “Uma sociedade onde você pode viver sem conflitos, de maneira carinhosa, simples, fácil e confortável”?
– “Parece uma religião!”
– “Isso é ideal, mas olhando para a história, sempre houve guerras e os humanos são criaturas que estão sempre lutando.”
– “Em uma comunidade de pessoas com os mesmos interesses, mesmo entre casais, sempre brigamos se discordamos. Existência de conflitos são coisas óbvias.”
– “Se for um santo é possível, mas eu que sou um simples mortal, é natural que eu fique com raiva e não há possibilidade de não haver conflitos. É irreal para o mundo inteiro fazer isso!”
“Se todo mundo vivesse conforme ele quer, o mundo não seria uma bagunça?”
Posso até prever ouvir essas vozes vindo de vários lugares.
No entanto, a minha esperança é que ao ler este texto, haja vozes concordantes e de esperanças tais como “Eu realmente gostaria que houvesse uma sociedade assim” ou “Posso não ser capaz de fazer isso, mas se possível, quero que seja esse tipo de sociedade” ou “Não, tenho certeza isso é possível!”.

A humanidade tem demonstrado grande habilidade em pesquisa e desenvolvimento em tecnologias materiais, e 100 anos atrás, ou mesmo quando eu era criança, estão sendo realizadas coisas que nem sonhava.
É possível fazer um vídeo chat com pessoas do outro lado dp planeta com um smartphone, a elucidação do mundo micro mundo e possibilitou a viagem para o espaço.

Penso que é uma habilidade realmente incrível.
Por alguma razão, os humanos com tanta imaginação e criatividade não fizeram muito progresso no que diz respeito ao si próprios a sociedade, e parece que estão criando um estado cada vez mais complicado e difícil de se viver.

Quando se trata de pessoa e da sociedade, os sonhos vão continuar sendo sonhos?

Se pudermos acionar a imaginação e a criatividade dos seres humanos em relação aos seres humanos e a sociedade, penso que não é sonho “a sociedade onde as pessoas possam viver carinhosamente, simples e facilmente, sem conflitos, de acordo com os sentimentos”.

Por que essa habilidade maravilhosa dos seres humanos não é exercida sobre os seres humanos e a sociedade?

Penso que isto acontece porque existe uma profunda “crença”, “pressupostos fixos” e “desistência” em relação aos humanos e à sociedade. Portanto, penso que se tornou indiferente a seres humanos ideais e à sociedade ideal.

“Se você olhar para a história da humanidade, sempre houve guerras, os humanos são animais competidores. É por isso que os conflitos nunca acabam.”

À medida que cresço na sociedade confusa de hoje, em muitos casos, parece que essa visão é adotada sem saber.

Será que é assim mesmo? Os seres humanos são assim mesmo?
Da história de guerras e conflitos de milhares de anos, podemos ter desistido das pessoas e da sociedade, dizendo que “as pessoas são criaturas que lutam” e “é difícil viver com a sua intenção verdadeira”.

Mesmo que a história de até agora fosse assim, pode ser possível mudá-la com a maravilhosa habilidade dos seres humanos.
Se rever a partir do zero, não é tão difícil se livrar da desistência, das ideias fixas e dos pressupostos fixos.

Penso que quem quer que seja, todos no mundo inteiro realmente desejam uma “sociedade onde as pessoas possam viver com conforto e sem conflitos”.

Penso que o ser humano tem o poder de realizar esse desejo na realidade atual.

Por exemplo, quando se trata de conflito, se pudermos investigar a causa e eliminá-la, acho que podemos eliminar o conflito. Acho que podemos nos livrar da raiva em nossos corações, e podemos nos livrar dos problemas das relações humanas e da guerra na sociedade.

Mesmo em relação à “felicidade”, mesmo que de alguma forma você queira se tornar “feliz” sem saber o que é a “felicidade”, penso que é como correr sem saber o destino…

Se elucidar o que é “felicidade” e conhecer isso de uma maneira clara, penso que a “felicidade” será realizada. (Se começar a explicar o que é “felicidade”, demorará muito, então aqui vamos simplesmente expressar assim: “a figura de ser e do modo de vida adequada a razão da natureza, isto é, a figura do viver em harmonia com tudo, com alegria e conforto, satisfatoriamente.” )

Ao ler essas frases, você pode pensar “Isso é impossível” ou “Não diga coisas difíceis” (risos).

Não é esse o “pressuposto fixo” e a “desistência”? Eu penso que sim.
Revisar por uma vez, o senso comum e a nossa própria maneira de pensar a partir do zero. Penso esse é uma perspectiva muito importante. Deixar de lado por ora, a ideia de que é “impossível” e “não há porque seja possível” e revisar como algo que “talvez seja possível de realizar”.

Penso que se continuassem pensando que não há possibilidade de poderia voar no céu, nunca haveria a invenção do avião. Por existirem pessoas avançadas, livres das crenças e resignações atuais que pensaram: “Quero voar” e “Será que é possível voar?”, e é porque foi capaz de demostrar para o mundo o fato de que “É possível voar!”, penso que a visão do mundo mudou.

Isso se tornou óbvio, estamos em uma era em que os aviões voam ao redor do mundo e podemos viajar livremente. Apenas mais de 100 anos se passaram desde que os irmãos Wright fizeram seu primeiro voo.

Penso que ter um modelo realizado, tem esse significado. Coisas que todos desistiram e pensaram “Não é possível” ou “Não consigo isso”, mas quando veem um exemplo na sua frente, ficam entusiasmados com a possibilidade.

Este não é um simples sentimento de esperança. Por meio de pesquisas e experimentos na Comunidade Suzuka Rede As One por mais de 20 anos, tenho um sentimento real de que o mundo que realmente queremos pode ser realizado usando as habilidades maravilhosas dos seres humanos.

Sem ser uma aprendizagem religiosa, ensinamentos especiais ou uso de habilidades especiais. Ao usarmos o intelecto e a inteligência do ser humano que trouxe todo esse progresso na civilização. penso que seja possível.

5. Não é possível conseguir fazer apenas com a motivação (a boa vontade)

Percebendo o estado real cheia de “fixações” (pressuposto fixos).

Após 20 anos, a atual Comunidade As One Network Suzuka, o número de pessoas aumentou consideravelmente, embora ainda pequena em tamanho, várias indústrias, várias atividades foram montadas, edifícios disponibilizados e os conteúdos parecem ter sido bastante aprimorados. Mas, é claro que nem tudo correu bem desde o início. Também enfrentamos vários problemas e crises (risos).

Em 2001, começamos com um grupo de pessoas altamente motivadas e idealistas, mas logo enfrentamos uma série de problemas.

Embora estivéssemos tentando criar uma nova comunidade, quando se tratava de relacionamentos e sociedade, havia muitas coisas que estávamos tomando como, “isso é algo que tem que ser feito”, “é óbvio que é assim”. Além de tudo, não nos apercebemos disso em absoluto.

Em outras palavras, havia muitas “ideias fixas”, “pressupostos arraigados” e “desistência” estabelecido no fundo da mente. Tomávamos estas coisas como tão óbvios, que mesmo as pessoas ao nosso redor também tomando como óbvios, ninguém for capaz de perceber esse estado.

É claro que eu também estava assim, e ainda agora no meu dia a dia, me vejo questionando constantemente sobre isso.

Quando eu estava na faculdade (há 40 anos), comecei a questionar a minha vida e a sociedade, e depois de vivenciar o movimento estudantil e o movimento pacifista, comecei a aspirar a construção de uma sociedade ideal. Depois de me formar na universidade, me atirei numa comunidade que se chama Associação Yamagishi, onde fui membro ativo por cerca de 16 anos.

No entanto, conforme a organização crescia, vários problemas surgiram e sentindo uma  discrepância e impasse com o mundo que idealizo, me retirei da Associação no final de 2000. Então, mudei-me para Suzuka e comecei uma nova atividade a fim de novamente criar uma sociedade ideal a partir do zero com companheiros que encontrei na Associação Yamagishi, com o mesmo ideal. É o início do que chamamos agora de Comunidade Suzuka Rede As One. 

Eu estava pensando: “Desta vez seremos capazes de fazer isso!” Porque temos a união de amigos motivados com pureza o suficiente, podemos aproveitar as experiências de fracasso na construção da comunidade. “Vamos criar uma empresa que possa ser operada com conversa mútua,  que não tem o superior nem inferior”, “Vamos criar uma economia sem a interposição de dinheiro” e “Vamos criar uma vida verdadeiramente livre”, estávamos no calor do ideal, e fomos desafiando em várias frentes.

No entanto, as divergências de opinião geraram conflitos, e as opiniões de quem sabe trabalhar melhor e de quem fala de forma coerente e articulada tornaram-se mais fortes. Além disso, muitas vezes ficamos sem dinheiro, acabando em pressionar quem não trabalha, gerando relutâncias e culpando quem gastava muito dinheiro… Muitos problemas humanos emergiram. Enfrentamos uma realidade que estava longe do ideal de “uma sociedade onde as pessoas possam viver conforme os seus sentimentos, com confortos. sem conflitos”.

Por que não se realiza, mesmo reunindo pessoas que desejam uma sociedade ideal?  Reapareceu o mesmo problema daquela situação! “Fazer guerra desejando a paz!?”

Daí, veio uma percepção! O eu que toma com “É óbvio o que foi decidido por todos, tem que ser feito!”, “Uma vez que disse que farei isso, então eu tenho que fazer”, “É bom que faça o  trabalha” “Deve-se agir pensando no todo” “É normal que se ajudem uns ao outros quando está com problemas”, etc. etc, inevitavelmente tivemos que nos deparar e enfrentar o eu cheio de “pressupostos fixos”.
O que significa “intimidade, proximidade”? O que significa “felicidade”? O que significa “liberdade”? Ao dizer: “Estou almejando uma sociedade assim”, percebi que realmente não sei o significado de “amizade”, “felicidade” e “liberdade”. Em outras palavras, embora não soubesse o destino com clareza, estava em um estado em que estava correndo às cegas em direção aleatória.

Forçosamente, isso nos fez perceber que a comunidade ideal não pode ser criada apenas por motivação e sentimentos puros.

Não havia perspectiva de “pessoas que conseguem fazer” a construção da comunidade”.

Penso que esta é uma perspectiva muito importante para aqueles que objetivam uma comunidade e aqueles que estão tentando melhorar seu local de trabalho ou seu lar. 

A perspectiva de ser ou não uma “pessoa que consegue fazer”? É a perspectiva de ser ou não uma pessoa que está na direção ser se tornar uma pessoa assim.

Por exemplo, mesmo que haja um menino com desejo e motivação genuínos de desempenhar um papel ativo como jogador de beisebol, isso não significa que ele vai conseguir desempenhar um papel ativo apenas com o desejo e motivação, certo? Penso que para isso, vai ter que passar pelo caminho do crescimento, acumular treinamentos básicos, ganhar força física básica, conhecer o beisebol através de experiências práticas, e então pode se tornar uma pessoa que vai poder desempenhar um papel ativo como jogador de beisebol.

No entanto, em atividades como melhorar os relacionamentos, melhorar o ambiente de trabalho, o ambiente da comunidade ou criar comunidade, a tendência é sentir que é possível realizar facilmente, apenas com a motivação e a vontade. No entanto, era óbvio e natural que não fosse realizável, a não ser que se tornasse ser uma “pessoa que consegue realizar”.

Para nós, estas percepções se tornaram um grande ponto de viragem. O que significam “intimidade/proximidade”, “felicidade” e “liberdade”? Quais são as causas dos confrontos e conflitos? O que é ideia fixa? De onde isso vem? O que é uma “pessoa que consegue realizar”? Como posso me tornar uma “pessoa que consegue realizar”?, assim, em 2004, criamos um órgão de pesquisa chamado “Instituto Scienz” para pesquisar estas questões com seriedade.

Então, a partir do zero, re-questionamos sobre o ser humano e sobre as a sociedade, e fomos acumulando as pesquisas e as práticas. Em seguida, começamos pesquisar os elementos necessários para se tornar uma “pessoa que consegue realizar” e nos movimentar para estabelecer a “Escola Scienz” (2006) como um organismo de desenvolvimento de recursos humanos para o crescimento de “pessoa que consegue realizar”.

6. Liberação da prisão que se chama ficção
transcendendo as amarrações mútuas – “isso é obvio” e “tem que fazer assim…”

Escrevi lá atrás assim: Os seres humanos com grande imaginação + criatividade não foram capazes de demonstrar suas habilidades para si próprios e para a sociedade, acontece isso porque têm profundas “ideias fixas”, ” pressupostos fixos” e “desistência”, não seria por isso? Eu gostaria de pensar um pouco mais sobre isso.

Yuval Noah Harari (historiador), autor de “The Complete History of Sapiens”, que se tornou tópico das conversas no Japão, disse: “É porque foi capaz de usar a ficção é que os seres humanos, que são muito fracos como indivíduos, puderam prosperar até dias de hoje”, ele chama isso “revolução cognitiva”. Em outras palavras, ao compartilhar a ficção, tornaram-se capazes que um grande número de pessoas possam colaborar e obter enormes poderes.

Enquanto chimpanzés e neandertais só podem colaborar com cerca de 150 estranhos, os seres humanos podem colaborar com um grande número de estranhos compartilhando ficção.

Ficção é algo que realmente não existe. Por exemplo, país, lei, direitos humanos, direitos, obrigações, responsabilidades, instituições, propriedade, dinheiro, religião …
Para colocá-lo um pouco mais familiar, dinheiro, promessas, horários, tempo, coisas que você tem que fazer, coisas que você não deve fazer, coisas que você deve fazer, é claro, coisas comuns, bom senso, coisas assim, pessoas e para baixo, etc. São todos ficção e realmente não existem.

O que exatamente significa compartilhar ficção? Por exemplo, o dinheiro. Suponhamos que você tenha uma nota de 10.000 ienes aqui e vamos tentar negociar com um chimpanzé: “Vou te dar uma nota de 10.000 ienes, vamos trocá-la pela sua banana”, ele não vai mostrar nenhum interesse. Para ele, é apenas um pedaço de papel. No entanto, assim que os humanos aceitam a ficção do dinheiro, de repente começa enxergar como algo valioso e começa usar como um material de troca.

Compartilhando a ficção de que existe um país, pessoas que nunca se conheceram podem apoiar a seleção japonesa com “Vai lá, Japão!”, assim os130 milhões de pessoas passam a conseguir colaborar uns com os outros, baseados num país chamado de Japão.

Foi a ficção que fez prosperar a humanidade, mas por outro lado, na sociedade atual, a ficção tornou-se absoluta e fixa, tornou se uma uma estrutura em que as pessoas passam a se submeter a ficções, restringindo o ser humano, separando as pessoas umas das outras, causando vários problemas humanos tornando se e causa de conflitos. “Movido por dinheiro”, “limitado por regras”, “perseguido pelo tempo” etc. são exemplos notáveis disso. Estar está preso à ficção que criada por ela mesma, esse é exatamente um estado de auto-escravidão. Podemos dizer que é um estado em que não consegue escapar da prisão que criada por ela mesma, não é?

Não se trata dizer que a ficção é o mal, que ela causa danos ou que seja algo que deva ser eliminada É uma característica humana poder colaborar compartilhando a ficção, por ser uma habilidade maravilhosa, penso que é necessário uma nova maneira de usar com inteligência, sem ser amarrada por ela (ver Capítulo 1, Seção 8).

Quando estamos a construir uma comunidade, ou quando estamos a empreender alguma atividade comercial seriamente, o relacionamento entre as pessoas se torna mais próximo. Então, começam várias amarrações mútuas, há casos em que acaba desenvolvendo em conflitos e confrontos.

Pelo contrário, pode criar acanhamentos e segregações. Por exemplo, “aquela pessoa diz que vai fazer mas não faz”, “aquela pessoa está de plantão mas não faz”, “aquela pessoa usa as ferramentas mas não as guarda”, “aquela pessoa não faz as coisas decidas junto com todos, faz à revelia a seu modo”… etc.

Pode haver pessoas que culpam outras por isso e podem ocorrer conflitos. Além disso, nos casos em que se preocupa com os olhares das pessoas e tenta se ajustar ao ambiente para não ser responsabilizado, à primeira vista parece estar sendo bem gerido e funcionando bem, mas não vai estar confortável, e as pessoas que estão fazendo aguentando a situação dando o seu melhor, tendem a ter emoções negativas às que não o fazem.

Isso acontece porque as ficções que amarram a si e aos outros, tais como “Se disser que vai fazer, deve fazer com responsabilidade”, “Se está de plantão, tem que fazê-lo” “Se você uso, você tem que limpar”, “Se é algo que foi decidido por todos, deve ser mantida”, foram inconscientemente formadas dentro de cada pessoa como sendo pressupostos fixos, como sendo o “senso comum” e “obviedades”. É um estado de obsessão com os próprios pensamentos, em que brotam as emoções negativas ou emoções de confronto com as pessoas que não faz ou não cumpre.

É fácil perceber como sendo seu, se você for o único com o pressuposto fixo, mas se todos os outros estiverem igualmente fixados, acabará caindo na ilusão, como se de fato existissem coisas que “Tem que ser assim”. “É obvio que seja assim”, “Como um ser humano, ele tem que agir desse jeito” , “Qualquer pessoa faz assim” …

Desse modo, vai culpando os outros e acaba em um estado de conflito e confronto, dizendo: “Está ruim porque não faz a coisa certa.” É assim que vai sendo construída a prisão pela ficção. A ficção que ficou fixada, destrói os relacionamentos na comunidade. Acaba acontecendo exatamente o oposto ao desejado.

Observando a situação atual em que o ser humano está preso à ficção que o próprio ser humano homem inventou, penso que podemos dizer que ele mesmo não sabe manejar o “pensamento do ser humano”. Em outras palavras, sem ser capaz de dominar suas habilidades maravilhosas, é uma estado em que está sendo refém, ou seja, sendo dominado por estas próprias habilidades.

A partir desta perspectiva, encontrou-se um método para acionar plenamente estas habilidades, libertando das ficções criados pelo “pensamento do ser humano” que amarra a si e os outros. Esse é o Método Scienz que apresentamos na próxima seção.

E o vai acontecer, se não estivermos mais presos à ficção?
Ao ser liberto do mundo de “tem que ser assim” e “isso é o óbvio”, passamos a enxergar claramente que tanto em mim como na outra pessoa, existem as intenções, desejos e esperanças.

Penso que ao tentar transmitir mutuamente isso com sinceridade e também mutuamente tentar auscultar os desejos e as intensões do próximo, vai ser realizando o mundo da conversa mútua onde os corações transitam para os ambos lados.

“Eu queria mesmo é que você fizesse”, “Meu desejo é esse”, “Eu quero que você guarde as ferramentas depois de usá-las.” , começa assim, enxergar os relacionamentos mais leve, solta e límpida, de pessoa com pessoa, sem pressão nem restrições, sem querer obrigar o outro a fazer, sem querer impedir o outro, sem querer culpar o outro.

Penso que a base para a construção da comunidade é a conversa mútua. (Consulte o Capítulo 2, Parágrafo 2). Penso que as trocas do coração sincero de dentro de si, sem ser troca que acontecem dentro da amarrações limitantes pela ficções solidificadas, vão se conectar a conversas mútuas e confortáveis e suaves.
(Continua)